sexta-feira, 27 de novembro de 2009

ENTREVISTAS COM PROFESSORES DE EJA - Grupo 8...

1. Na sua opinião, quem é o aluno jovem e adulto?
- Não acredito ser possível traçar um perfil único, pois como temos turmas muito heterogêneas – com diferentes idades, interesses e conhecimento de mundo, esse aluno ainda pode ser mais diferente do que se pode pensar dependendo até mesmo da área geográfica que ele estuda e mora. Há alunos que vieram do curso regular do dia, por motivos variados, há alunos que estão fora do meio escolar por mais de 30 anos, e assim por diante. (Professora Mari) – entrevistada por Maria Magdalena

- Para  mim, através da minha experiência de oito anos trabalhando com a EJA (trabalho que amo demais) o jovem, o adulto são alunos que pelos mais diferentes motivos não puderam frequentar a escola em tempo hábil, uma minoria são pessoas que não quiseram estudar antes (mais os jovens) e estes sempre se mostram arrependidos por terem desistido de estudar. (Professora Silvia) – entrevistada por Maria Magdalena

- O aluno jovem, sujeito de sua história, tem objetivo para recomeçar tendo consciência da importância do aprendizado para o seu futuro.
O adulto vem com um sonho, para repensar o tempo, para atingir sua auto-realização como ser individual e social.  entrevistada por Marta Cruz

- Jovem, menor de 18 anos; adulto, maior de 18 anos. (Professora Beth) – entrevistada por Viviane Maus

- Na minha opinião um aluno jovem seria do ensino fundamental e adulto do ensino médio, claro em relação ao EJA. (Professor Walter) – entrevistado por Viviane Maus

- Todo aquele não-escolarizado ou pouco escolarizado na idade adulta , ou o escolarizado que não teve oportunidade de acesso e/ou permanência  no ensino regular na idade jovem, oriundo de classes populares. (Professora Naira) – entrevistada por Viviane Maus

- É um sujeito que já possui muitas e diferentes experiências de vida, tendo ingressado cedo no mercado de trabalho, circunstâncias estas, ligadas a sua sobrevivência e que o obrigaram a afastar-se da escola. (Professora Vera) – entrevistada por Viviane Maus

- É um jovem ou um adulto que acredita em ser algo melhor na sua baixo estima, quer utilizar melhor o seu tempo para adquirir conhecimentos e preparando-se para o mercado de trabalho, onde as portas se fecham pelo mesmo não ter estudos. (Professora Rita) – entrevistada por Ivete
- É aquele aluno que na idade oportuna não estudou aquele jovem adulto que quer recuperar o tempo perdido. (Professor Adroaldo) – entrevistado por Ivete

- São alunos acima de 18 anos que não concluíram sua escolarização, ou que não tiveram a oportunidade de frequentar a escola regular. (Professora Maria de Fátima) – entrevistada por Vera Prates
- Em sua maioria são aqueles que trabalham durante o dia e também alguns que foram excluidos do processo educacional convencional. (Professora Max) – entrevistada por Vera Prates

- O aluno jovem tem a característica de ser mais impulsivo e buscar apenas a nota necessária, enquanto o adulto vê a escola como uma oportunidade única de adquirir o conhecimento que lhe falta, principalmente na área da alfabetização. (Professor Lairton) – entrevistado por Vera Prates

- É um trabalhador que necessita aprender. Está na sala de aula por uma necessidade. E alguns apresentam poucos objetivos  e não só cognitivos. (Professora Clarisse) – entrevistada por Rosali

2. Como você descreveria as características desse aluno?

- Como já disse anteriormente, tudo depende da idade, área, interesses. Há alunos jovens que estão na escola simplesmente por ordem dos pais, conselho tutelar ou até mesmo para manter a bolsa família. Há adultos que vivem em vergonha, por não saberem ler e escrever. Há outros que buscam o convívio social, fazer amigos e inclusive refeições na escola. Há outros que necessitam o diploma de conclusão do curso para conseguirem melhor colocação no mercado de trabalho. Há ainda alguns poucos que buscam realmente o conhecimento formal acadêmico. (Professora Mari) – entrevistada por Maria Magdalena

- São homens e mulheres de diferentes idades, trabalhadores, desempregados, pais e mães de família, jovens que vieram do dia, como um aluno meu da noite(jovem) que veio do dia, pois estava dando problema de indisciplina de tarde. Pessoas cheias de vontade de aprender, outros nem tanto. Cada uma com sua história de vida... histórias da "escola da vida". (Professora Silvia) – entrevistada por Maria Magdalena

- As características desse aluno é um ser complexo, ser físico, intelectual social cívico, profissional, espiritual que necessita para sua plena realização do atendimento de todos esses caracteres. entrevistada por Marta Cruz

- Generalizando: o aluno jovem tem menos dificuldade com a aprendizagem e menos interesse em aprender. O aluno adulto tem mais dificuldade em aprender ( geralmente já faz muito tempo que não estuda e não tem confiança em sua capacidade) mas tem mais interesse em aprender. (Professora Beth) – entrevistada por Viviane Maus

- O aluno jovem é ansioso, muitas vezes indeciso pois as vezes não tem idéia de uma perspectiva futura, tanto profissionalmente como pessoalmente. O adulto muitas vezes está atrás de um tempo perdido, é imediatista e precisando do diploma para prestar um concurso, ser promovido na empresa ou buscar um emprego com qualificação exigida (ensino médio). (Professor Walter) – entrevistado por Viviane Maus

- A EJA, antes pensada para alunos não-escolarizados (analfabetos) ou pouco escolarizados que não tiveram oportunidade de estudo na idade regular(7 a 14 anos), hoje está atendendo a uma outra demanda. Caracteriza-se por jovens/adolescentes que deixaram de freqüentar o ensino diurno (evasão) pelos mais diversos motivos: desinteresse, multirepetência, drogas, gravidez na adolescência  , cuidar os irmãos menores na ausência dos pais, ingresso no mercado de trabalho informal, etc... (Professora Naira) – entrevistada por Viviane Maus

- Em sua maioria, os alunos de EJA apresentam as seguintes características:
·         Estão na faixa etária de 18 anos a 50 anos;
·         São trabalhadores de baixa renda ou com expectativa de inserção no mercado de trabalho;
·         São socialmente desfavorecidos e com experiências familiares difíceis (sofridas); (Professora Vera) – entrevistada por Viviane Maus

- O aluno adulto ou jovem já tem plena consciência da responsabilidade, entre tantas, a de sustentar grandes famílias, e é sabedor que seu tempo é contado, é precioso, este aluno quer tudo mais rápido e seguro
O Jovem possui muitas características como a ansiedade, muitas vezes um pouco confuso, é um idealista mas muito carente em tudo.Já o adulto é sério, mais calmos, centrados em seus objetivos, participativos e totalmente realistas. (Professora Rita) – entrevistada por Ivete
- É um ser humano com distorção idade série para com a série convencional, é aquele jovem adulto que trabalha durante o dia e estuda a noite. (Professor Adroaldo) – entrevistado por Ivete
- Alunos adultos ou idosos que retornaram à escola para concluir sua escolarização, jovens que apresentaram problemas de aprendizagem ou emocional e por isso não conseguindo concluir sua educação vão para a EJA, buscando grupos que mais se assemelham a sua faixa etária. A maioria está buscando um meio de aprimorar sua educação e encontrar melhores oportunidades no mercado de trabalho. (Professora Maria de Fátima) – entrevistada por Vera Prates
- Muitos em situação de vulnerabilidade social. Dificuldades na escola seriada regular. (Professora Max) – entrevistada por Vera Prates

- As características que distinguem mais o jovem e o adulto é a facilidade de compreensão do adulto "jovem" mesmo que  tenha menos interesse, em quanto o adulto  maduro trata o professor com mais respeito. O professor precisa ser mais paciente, dada a dificuldade cognitiva que eles apresentam. (Professor Lairton) – entrevistado por Vera Prates

- Nível sócio-econômico baixo. Desejo de aprender é pouco. As pessoas idosas tem um maior desejo de aprender. Um exemplo seria uma idosa de 72 anos. O social obriga eles fazerem-se presente em sala de aula. Em uma experiência que tive com eles de um passeio pela cidade, os adolescentes entre 16 e 17 anos não conheciam o centro de Porto Alegre e muitos alunos não compareceram para ir. . (Professora Clarisse) – entrevistada por Rosali

3. Quais são as características da linguagem e do pensamento do aluno jovem e adulto?
- Eles pensam muito no aqui e agora.  O pensamento focado no futuro é quase inexistente, eles não conseguem – com raras exceções – visualizar e planejar um futuro mais distante. O pensamento é pragmático para o imediato. Quanto à linguagem, acredito que também dependa da área que habitam. Na nossa escola por exemplo, os moradores da vila falam todos de modo semelhante, diferente do português culto padrão. Mesmo quando eles são informados e aprendem com sucesso a forma gramatical culta, eles persistem em usar o modo coloquial da vila, pois acredito que seja uma forma de pertença. (Professora Mari) – entrevistada por Maria Magdalena

- Percebo a linguagem muito marcada pelo meio social em que estão inseridos (não culta). Quanto ao pensamento, de um modo geral, têm bastante dificuldade em reter os conteúdos trabalhados. Então sempre se faz necessário se rever várias vezes temas já estudados. Por exemplo estes dias trabalhei com uma turma T3 (equivalente a 3ª e 4ª série) como se faz um bilhete. Fizemos exercícios sobre o tema, expliquei nos mínimos detalhes. Vimos diferentes tipos de bilhetes. Na outra semana, pedi para redigirem um pequeno bilhete. Simplesmente não conseguiram. Então fizemos um bilhete cooperativo e combinei com eles que no início da próxima aula farão bilhetes individuais. Vamos ver, tenho esperança!
Percebo que precisamos no dia-a-dia de nossos encontros. Dar um passo para frente e dois para trás, de tanta dificuldade que eles têm em reter o estudado. Realmente esta caminhada é um Grande Desafio. (Professora Silvia) – entrevistada por Maria Magdalena

- As características da linguagem e do pensamento do aluno jovem e adulto se situam no conhecimento, capacidades, atitudes e valores necessários para que as pessoas sobrevivam, melhorem a qualidade de vida e continuem aprendendo. entrevistada por Marta Cruz

- O jovem tem uma linguagem e uma linha de pensamento mais objetiva, consegue raciocínios mais rápidos. O adulto tem dificuldade para ser informal, apresenta maior dificuldade de raciocínio e (as vezes) apresenta dificuldade para atualizar informações já possuídas. (Professora Beth) – entrevistada por Viviane Maus

- A linguagem do jovem é a mesma do dia a dia, muita gíria e pouco recurso gramatical. Infelizmente ele emprega na linguagem escrita a mesma linguagem falada, como por exemplo a aplicação do “emo”. O jovem fala e escreve o “compremo, falemo, escrevemo”,etc... O pensamento do jovem é o hoje, ele não está preocupado com o amanhã. O adulto apresenta uma linguagem um pouco mais apurada que o jovem mas é bom não esquecer que ele também foi jovem,apresentando alguns vícios de linguagem. (Professor Walter) – entrevistado por Viviane Maus

- O currículo da EJA caracteriza-se por Totalidade de Conhecimento, as quais se dividem em seis (6). As três primeiras totalidades visam a construção, registro e sistematização do código escrito. São chamadas Totalidades Iniciais (1,2 e 3). As seis últimas totalidades aprofundam a sistematização, através da generalização e transversalidade entre os códigos, trabalhando sempre com conceitos. São chamadas Totalidades Finais (4, 5 e 6). (Professora Naira) – entrevistada por Viviane Maus

- Não respondeu. (Professora Vera) – entrevistada por Viviane Maus

- O jovem tem uma linguagem muito deficiente, possui uma grande dificuldade de se comunicar, se expressar. Tem medo de acertar e ser excluído de seu próprio grupo.
Já o adulto quer saber explicar, gosta de ouvir o que é certo e errado, possui maior aceitação, e tem o maoir prazer em passar estes conhecimentos adquiridos adiante. (Professora Rita) – entrevistada por Ivete

- É uma linguagem comum/popular,o pensamento mais voltado para o crescimento na vida profissional. (Professor Adroaldo) – entrevistado por Ivete

- Possuem uma linguagem corriqueira com uso de gírias, dialetos, capazes de externar seu pensamento, mas com dificuldade de compreender e interpretar outras linguagens que não são do seu ambiente, por isso o profissional precisa conhecer seu aluno e o ambiente em que vive para iniciar toda forma de comunicaçaõ possível até que o aluno possa avançar e poder compreender a linguagem pedagógica e científica utilizada no ambiente escolar. (Professora Maria de Fátima) – entrevistada por Vera Prates

- Mais experientes, maduros tiveram experiência de vida que trazem para sala de aula contribuindo para que todos compartilhem seus saberes. (Professora Max) – entrevistada por Vera Prates

- A diferença da linguagem, abrange gerações muito fiferentes, principalmente na atualidade. Para o profissional da educação se torna complicado, deve se atingir cada aluno com sua linguagem habitual. O jovem com suas gírias e o adulto com seus hábitos e pensamento mais conservadores. (Professor Lairton) – entrevistado por Vera Prates

- A escrita encontra-se em vários níveis. O vocabulário é regular e falam muito pouco. Os alunos trocam algumas letras ao falarem. (Professora Clarisse) – entrevistada por Rosali


4. Quais são as maiores dificuldades dos alunos jovens e adultos em sala de aula e no cotidiano de sua vida?
- Justamente por não pensarem concretamente no futuro, eles não vêem o uso prático de vários conhecimentos apresentados a eles na escola. Muitas vezes, o tempo de aula é melhor empregado discutindo com eles a valia de certas habilidades e conhecimentos na vida deles. (Professora Mari) – entrevistada por Maria Magdalena

- Em sala de aula, como já mencionei, com certeza a grande dificuldade em reter o estudado. Dificuldade em ler, interpretar (analfabetismo funcional) produzir textos. Na vida aparecem muitas questões de saúde, tanto dos alunos como de seus familiares. Também outros fatores que muitas vezes não vem a tona (por não virem mais a aula). (Professora Silvia) – entrevistada por Maria Magdalena

- Sendo um desafio a Educação de Jovens e Adultos são várias as dificuldades como conciliar escola- trabalho e família. entrevistada por Marta Cruz

- Nos jovens, falta de interesse, dificuldade de concentração e atenção, falta de motivação ao aprendizado. Nos adultos o raciocínio mais lento, dificuldade de estudar (falta de costume e de método). Quanto ao cotidiano de sua vida vejo como dificuldades, tanto para jovens como para adultos, a falta de tempo, pois muitos precisam trabalhar e cuidar da família além de estudar. (Professora Beth) – entrevistada por Viviane Maus

- Na sala de aula a maior dificuldade é permanecer o tempo de aula (45 minutos, 50 minutos ou outro tempo qualquer), pois o seu poder de concentração é pequeno. Outra dificuldade enfrentada é referente as disciplinas da área das exatas, como matemática, física e química. (Professor Walter) – entrevistado por Viviane Maus

- A freqüência e a continuidade dos estudos. O aluno jovem/adulto é considerado “flutuante”. Oriundo, na maioria de classe popular, os movimentos de “ir e vir” são constantes na escola, pois na sua vida (trabalho/família) o fluxo é o mesmo (desemprego/separações). (Professora Naira) – entrevistada por Viviane Maus

- A minha experiência como Supervisora na EJA, tem sido nas séries finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio, onde os professores informam que a maioria dos alunos tem dificuldades em concentrar-se, fazer associações e abstrair. Essas dificuldades permeiam tanto a área das ciências da matemática como a da linguagem, códigos e suas tecnologias. (Professora Vera) – entrevistada por Viviane Maus

- Dificuldades para perguntar e também para lembrar mais tarde aquilo que foi questionado e discutido, sentem-se constrangidos muitas vezes pela própria evasão em sala de aula e pela exclusão dentro da sociedade por não saberem ler nem escrever e viverem sem liberdade para resolver seus próprios problemas e o que querem. (Professora Rita) – entrevistada por Ivete
- As maiores dificuldades são: a falta de tempo para os estudos dificuldade na assimilação de conhecimento. (Professor Adroaldo) – entrevistado por Ivete
- A insegurança, a baixa auto-estima, cansaço após um dia de trabalho, desvalorização salarial, dificuldades de aprendizagem (de ordem cognitiva ou emocional) que não foram tratadas na infância, auto-rejeição por se considerarem incapazes, uso de drogas, diferenças de interesses em turmas formadas por alunos com idades muito diferenciadas. (Professora Maria de Fátima) – entrevistada por Vera Prates

- Dificuldades de aprendizagem, muitos não aceitam aula de forma tradicional. (Professora Max) – entrevistada por Vera Prates

- A maior dificuldade apresentada é quando o professor abdica de conhecer o cotidiano do aluno. O modo de ajudá-lo é trazer para a sala de aula um ensino concreto, pois o aluno tem dificuldade para uma compreensão mais rápida. (Professor Lairton) – entrevistado por Vera Prates

- A vontade de aprender seria a mais importante porque se não apareço no horário que a sineta bate para entrar na sala de aula eles vão embora. (Professora Clarisse) – entrevistada por Rosali

5. Na sua opinião, o fato de os alunos pertencerem a diferentes grupos culturais (relações de classe, econômicas, etárias, étnicas, religiosas etc.) pode provocar diferenças no funcionamento cognitivo? Por quê?
- Na EJA do município, as diferenças maiores encontram-se entre classe de alunos e professores. O professor consciente irá tornar (ou pelo menos tentar) seu discurso em algo relevante para seus alunos, uma vez que esses muitas vezes não entendem o porquê de estudarem certos saberes. (Professora Mari) – entrevistada por Maria Magdalena

- De um modo geral os grupos aos quais eu trabalho e trabalhei são bastante homogêneos. Faixa etária, etnias diferentes, diferentes religiões, realmente, não vejo diferenças cognitivas que sejam empecilho para que cada um cresça no seu ritmo. É claro que já tive grupos com faixa etária bem diferentes e nível de conhecimento também, mas creio que isto nunca foi empecilho para seus processos de aprendizagem. (Professora Silvia) – entrevistada por Maria Magdalena

- Sim, devido as suas diferenças e potencialidades. entrevistada por Marta Cruz

- Falando em linhas gerais, sim. Porque  estes fatores influenciam na motivação, no interesse, na disciplina em sala de aula e para estudar individualmente. (Professora Beth) – entrevistada por Viviane Maus

- Com certeza, pois no EJA encontramos alunos com boa situação financeira, podendo ir para a aula bem alimentado, com boa noite de sono e alguns alunos que apresentam dificuldade financeira. Moram longe, dormem pouco e não alimentam-se bem. (Professor Walter) – entrevistado por Viviane Maus
- As diversidades sócio-culturais na EJA são muito respeitadas e só contribui para se formar um currículo voltado a atender essas demandas, além de ilustrar e qualificar o trabalho docente. (Professora Naira) – entrevistada por Viviane Maus

- Penso que não, pois as diferenças estão relacionadas mais aos níveis de conhecimento e ritmos de aprendizagem do que às características de grupos culturais. Essas diferenças devem ser positivas, possibilitando trocas de conhecimentos e experiências entre o grupo de alunos. O professor deve entender e respeitar de maneira positiva essa diversidade assumindo-a como elemento pedagógico na sua prática. (Professora Vera) – entrevistada por Viviane Maus

- Não acredito que estas diferenças de grupos culturais provoquem efeito negativo, porque todos são capazes de adquirir qualquer conhecimento, basta que para isto realmente acontecer, é não perder as esperanças, vencer os desafios impostos pela vida, que tudo poderá melhorar, basta querer de verdade. (Professora Rita) – entrevistada por Ivete
- Não acredito em diferença, desde que seja um conteúdo que abranja esta peculiaridade. (Professor Adroaldo) – entrevistado por Ivete
- Se considerássemos o indivíduo isoladamente, pode ser que sim, mas no conjunto essas diferenças podem trazer um acréscimo na medida em que haja as trocas de experiências deixando de lado os conceitos mudando as forma de pensamento promovendo um intercâmbio cultural. São essas experiências que tornam as classes de alunos de EJA tão agradáveis e desafiadoras para os profissionais de educação. (Professora Maria de Fátima) – entrevistada por Vera Prates

- Sim. Portanto cabe ao educador trabalhar de forma inclusiva. Inovando, criando e fornecendo oportunidades a todos de construir seus conhecimentos. (Professora Max) – entrevistada por Vera Prates

- Os meios sociais, culturais, religiosos são fatores que devem ser levados em conta, principalmente na área das humanas. Além de não concordar com alguns assuntos em hipótese alguma, a fisiologia de cada indivíduo é importante, pois a área cognitiva faz parte de um sistema, que se não for preservado, sofre alterações. (sistema nervoso) (Professor Lairton) – entrevistado por Vera Prates

- Sim. Devido à falta de conhecimento porque na sala de aula de jovens e adultos há muitos objetivos. (Professora Clarisse) – entrevistada por Rosali


6. Que elementos são fundamentais para que o trabalho na EJA seja bem-sucedido?

- Esses elementos são: professores em sintonia com seus alunos, constante motivação dos alunos e dos professores (há de ser por ambas as partes), adaptação de discursos à realidade deles (alunos) a fim de ser relevante e significativo; participação ativa da equipe diretiva junto aos professores e alunos; exposição dos alunos aos campos de conhecimento de formas variadas – leitura, música, teatro, experimentos, uso de computador, etc. (Professora Mari) – entrevistada por Maria Magdalena

- Em primeiro lugar sinto que um professor bem preparado em constante formação nesta área e outra que venham enriquecer seu trabalho. Seria fundamental que os alunos não faltassem tanto, mas esta é uma questão muito delicada já que ser adulto é ter muitas questões para resolver. A começar pela cabeça que muitas vezes está cheia de problemas mil. Sinto falta de uma maior integração entre os professores, em planejar o trabalho no dia-a-dia. É fundamental buscar sempre desenvolver a cada momento o senso crítico e um posicionamento consciente frente ao mundo em que vivemos. São muitos desafios a todos. (Professora Silvia) – entrevistada por Maria Magdalena

- Uma vez que a EJA, é um desafio para que seja bem sucedido, precisamos de uma formação permanente do educador e do educando. entrevistada por Marta Cruz

- Motivar os alunos, sugerir métodos de estudo de acordo com suas possibilidades, mostrar para que serve o seu conhecimento, despertando sua curiosidade e sua busca (individual) a melhor aprendizagem. (Professora Beth) – entrevistada por Viviane Maus

- O professor deve ter muita paciência, amor e dedicação. O trabalho é árduo e muito satisfatório. Outro elemento é a psicologia. O professor deve incentivar o aluno a todo instante, mostrando o quanto o aluno é capaz e muitas vezes carregando o aluno no colo. (Professor Walter) – entrevistado por Viviane Maus

- 1º) Profissionais realmente comprometidos com a proposta da EJA;
2º) Políticas públicas voltadas a Educação de jovens/adultos que respeitem os princípios fundamentais de construção da cidadania, transformação da realidade e autonomia moral do individuo, além da livre inserção no mundo do trabalho deste jovem/adulto. (Professora Naira) – entrevistada por Viviane Maus

- Professores com preparação específica para trabalhar com jovens e adultos, considerando as características destes alunos, tanto nos aspectos metodológicos como no estabelecimento das relações professor – aluno. (Professora Vera) – entrevistada por Viviane Maus

- Paciência, boa vontade, entendimento diversificado, atenção com tudo que se refere a exemplos do cotidiano, ter a certeza de que tudo acontece quando existe esperança de que tudo pode melhorar. (Professora Rita) – entrevistada por Ivete
- Trabalhar muito a realidade do aluno, sair do formal ir para o prático. (Professor Adroaldo) – entrevistado por Ivete
- Conhecimento da clientela, trabalho diversificado que atinjam todas as faixas etárias, valorização das diferentes culturas, material didático condizente, estímulo e promoção da auto-estima, comunidade escolar voltada para as prioridades dos alunos. (Professora Maria de Fátima) – entrevistada por Vera Prates

- Primeiramente recursos, principalmente técnicos para que as aulas sejam bem aproveitadas. (Professora Max) – entrevistada por Vera Prates
- O trabalho na EJA necessita de uma busca constante, em conhecer o meio em que vive o seu aluno e buscar usar isso em favor da sua disciplina. (Professor Lairton) – entrevistado por Vera Prates

- Não respondeu. (Professora Clarisse) – entrevistada por Rosali


7. Quais são os efeitos exercidos por programas educativos sobre as condições de alfabetismo de jovens e adultos?

- Programas por mais bem intencionados possam ser, eles tendem a unificar e homogeneizar os alunos, o que em prática é irreal. A capacidade cognitiva, a motivação e o interesse por parte dos alunos é tão variado quanto o número de alunos. Por vezes os alunos freqüentam as séries iniciais por muitos anos, pois não atingem o nível aceitável (ou recomendado por tais programas) de alfabetização.  Isso leva à frustração dos mesmos (inclusive dos professores) e uma provável evasão escolar. A proposta da Eja é de respeitar os limites de aprendizagem de cada aluno, não estabelecendo um teto de aquisição de conhecimentos. Essa mensuração é bem difícil e subjetiva, levando  a avaliações diferentes e diferenciadas por parte dos professores. Isso por muitas vezes causa confusão em conselhos de classe e subestimação da capacidade dos alunos. (Professora Mari) – entrevistada por Maria Magdalena

- Costumo ler muito. Há pouco li sobre a grande dificuldade em erradicar o analfabetismo com os mesmos (programas educativos). Como eu disse, anteriormente, são muitos desafios em uma caminhada que é muito complexa. Complexa, mas APAIXONANTE. (Professora Silvia) – entrevistada por Maria Magdalena

- Os efeitos são vários, eles sabem que antes de tudo, são cidadãos com direito de ir e vir, saber e não saber, de perguntar e obter respostas, abrem os seus próprios horizontes. A partir daí fazem a sua própria caminhada. entrevistada por Marta Cruz

- Quando bem executados, os efeitos são os melhores possíveis, pois é o ponto de partida para que se formem cidadãos com vida digna,participando e entendendo melhor o mundo em que vive. (Professora Beth) – entrevistada por Viviane Maus

- Não respondeu. (Professor Walter) – entrevistado por Viviane Maus

- Muitos destes programas provocam evasões nas escolas com EJA regular, pois os jovens e os adultos buscam métodos mais rápidos para sua escolarização, porém acabam se desiludindo ao longo do processo e também evadindo. Alguns programas, como o extinto MOVA, recrutavam educadores populares, que faziam uma iniciação de alfabetização em suas próprias residências e depois inseriam esses alunos nas totalidades iniciais das escolas regulares. Esse programa obteve bastante sucesso, pois resgatava alunos analfabetos de classes populares que não procuravam a escola. Considero que os governos devam acompanhar com mais eficácia todos os tipos de programas educativos que estão surgindo por esse Brasil afora. (Professora Naira) – entrevistada por Viviane Maus

- Acredito que os efeitos não alcançaram os resultados pretendidos, considerando que no Brasil, historicamente a Educação de Jovens e Adultos foi conduzida através de campanhas políticas e movimentos de base. Mesmo com o seu reconhecimento legal (LDB), que lhe dá uma identidade diferenciada da educação regular, ainda assim é oferecida como “um favor”, pois não há exigência, nem de professores devidamente preparados para atuar com jovens e adultos, nem de padrões de qualidade de ensino. (Professora Vera) – entrevistada por Viviane Maus

- Muitas vezes os efeitos não alcançaram as expectativas e os resultados pretendidos, tanto pelo aluno como pelo professor deixando ambos frustrados. Ainda nos dias atuais e com a Legislação em vigência, LDB, o aluno não se sente por completo, há uma diferenciação, pois qualquer professor sem muita formação podem dar aulas para estes jovens ou adultos, prejudicando em sua aquisição de saberes, muitas vezes aí resultando uma nova evasão. (Professora Rita) – entrevistada por Ivete

- Não respondeu. (Professor Adroaldo) – entrevistado por Ivete

- Os esforços da sociedade e programas de governo têm ajudado muito, porém ainda temos uma longa caminhada. Não basta formarmos alunos que codificam palavras, temos que formar alunos leitores, escritores, críticos, autônomos. (Professora Maria de Fátima) – entrevistada por Vera Prates

- Muitos alunos da EJA, são analfabeto funcional, portanto temos que trabalhar muito a escrita, produção textual, leitura para melhorar está dificuldade apresentada por eles. (Professora Max) – entrevistada por Vera Prates

- Como em todo ensino brasileiro, há escolas preocupadas com o desempehno do aluno e outras nem tanto. Na escola onde trabalho, o plano era instruir os alunos para a prova da SEC, sendo um conteúdo superficial e objetivo, mas sempre primando pela compreensão correta do aluno. (Professor Lairton) – entrevistado por Vera Prates

- Não sabia. (Professora Clarisse) – entrevistada por Rosali

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