quarta-feira, 14 de outubro de 2009

no texto...

Segundo a autora, muitos educadores de adultos tem se aventurado no mundo da alfabetização de adultos, acreditando que o único cuidado que necessitam ter é a escolha de palavras ligadas à realidade do educando, algo de caráter extremamente simplista. Com isso, deixam de lado a experiência acumulada por este aluno, desperdiçando uma gama de hipóteses que ele construiu ao longo da vida. Ou seja, a leitura da palavra não pode, em hipótese alguma, estar dissociada da leitura do mundo. Em minhas aulas de Física na EJA, era muito difícil prender a atenção do aluno que vem cansado do trabalho, outros apareciam drogados, outros bem idosos, enfim, isto é o que chamo de heterogeneidade. Conviver com todos estes fatores e ainda falar de algo tão abstrato quanto a Cinemática (na Física) era quase impossível. Até mesmo porque era um conteúdo que não propiciava experimentos simples, tanto quanto eu desejava. Minha saída era inventar situações problema envolvendo a turma. Estas situações eram caricaturadas no quadro negro através de desenhos. Eles adoravam, participavam e me davam muitas sugestões. Enfim, essa foi uma das formas que utilizei para trazê-los para o assunto da aula. Utilizei das mais variadas formas as situações que eles traziam, como por exemplo, a história do colega fulano que perdeu o ônibus para ir para o trabalho, pois quando chegou na parada o ônibus arrancou, imprimindo uma aceleração de tanto com uma velocidade constante... e assim por diante. Eles adoravam construir as histórias, bem como os desenhos q eu reproduzia no quadro...

continuando no fórum...

Como a colega Madá comentou...

(MAGDALENA) "[...] os analfabetos adultos são excluídos da sociedade e tem diversas dificuldades que encontram no dia-a-dia, como emprego, a alimentação, a moradia e muitos outros. Neste contexto a autora afirma a escolarização não é prioridade para eles [...]". A escolarização fica em segundo plano, pois as necessidades mais básicas são prioridade. Afinal, é preciso comer e morar, antes de tudo. Segundo (HARA, 1992), muitas das pessoas que migram em busca de melhores condições de vida, acabam caindo nas grandes metrópoles, como SP, por exemplo. Lá convivem com condições mais adversas possíveis, tendo que se sujeitar a empregos pesados, os quais muitas vezes não exigem qualificação nenhuma. Muitas destas pessoas, ao serem questionadas sobre a procura pela escolarização, se justificam alegando que sua intenção é deixar de trabalhar como empregada doméstica, bem como auxiliar os filhos com os deveres de casa.

No Fórum - texto de Regina Hara (1992)

Interagindo com a colega Ivete...

Realmente os alunos se perguntam "Para quê estudar?"... Eu trabalhei uns 2 anos com alunos da EJA. Muitos deles frequentavam as aulas porque eram estagiários em empresas que exigiam frequência mínima na escola. Sendo assim, se não frequentassem as aulas, perderiam o estágio. Seu ganha pão. Outros estavam lá porque a família, filhos e marido, achavam que a mãe e esposa deveria voltar a estudar. Enfim, são tantas as estórias que daria para escrever um conjunto de relatos. Sobre a exclusão comentada pela colega Ivete, essa se dá porque a sociedade está configurada em divisões de classe, onde quem manda é aquele que tem poder. Portanto, aquele que não domina o mundo da leitura e escrita, fica de fora do mundo "ideal".

Bjão da Vivi